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Isso não se faz

Isso não se faz

Fazia algum tempo que não me manifestava. Muito trabalho, na minha atividade profissional primeira, que é como editora-chefe na Tv Record RS, e, como sempre, muita correria. E não gosto de escrever por obrigação, mas quando sou instigada a isso. Eu não ia falar, mas vou falar (como diria uma personagem de programa humorístico).

Não sou fã do Celso Roth, todo mundo sabe disso. Tenho pavor a retrancas e desconfio de quem as ama. Mas reconheço que ele é um bombeiro, um verdadeiro "apagador de incêndios" no futebol, sempre lembrado pela dupla Grenal. Até aí, tudo bem, o Inter está no seu legítimo direito de trazer quem bem entender.

O que não pode, no sentido da justiça, dignidade, ética, correção, é fazer o que fez com o ídolo do clube, Paulo Roberto Falcão. Um homem íntegro, elegante, que tem tamanha afinidade com o clube e veio, arriscando o pescoço, já que a profissão de treinador parece pior que a de jornalista, em termos de mercado e avaliações. E o Inter fez isso pela segunda vez. Só que esta foi mais grave. Foram dados, ao treinador, tão somente cinco jogos de tolerância. Achou o quê, a direção? Que ele faria uma mágica e resolveria todos os problemas num passe único? Se tinham dúvidas, porque o convidaram a assinar contrato? Porque o trouxeram se não tinham um plano de, pelo menos, médio prazo? Ninguém arruma uma casa tão desarranjada em tão pouco tempo. Falta de convicção?

Em dois momentos com Falcão: quando ele embarcou para o Roma (eu era repórter na Tv Difusora), em 1980; e no final de 2014, na Tv Record RS

A mim parece que o colorado tem um baita problema de gestão, ou falta dela, para ser mais específica. Agora, lá foi o Píffero pedir socorro ao Fernando Carvalho. Ele também não é mágico. Não sei se o Roth vai conseguir tirar o Inter da crise tão rapidamente como a direção deseja (afinal, Falcão não teve o sexto jogo). Creio que, durante o segundo turno, pela tradição, pela grandeza, o Inter subirá algumas posições na tabela. Não creio em rebaixamento. Mas é bom não esquecer que este perigo sempre existirá enquanto se estiver a dois pontos da zona da degola, Z4, zona da morte, seja lá como preferir chamar. Confio que o Inter sai dessa. Mas não acredito que Roth fará um trabalho de encher os olhos. Pronto, falei!

Ah, boa sorte, Falcão! E pense duas vezes quando for convidado para alguma coisa que não seja uma festividade ou homenagem do Internacional a um de seus maiores ídolos.