O Grêmio está se tornando um time quase previsível. Contra o Glória, de Vacaria, no sábado (27), mostrou os mesmos defeitos que vem apresentando, neste ano. Demora um pouco pra engrenar, aí adianta a marcação e engrena. Domina, mas erra no toque a mais, no passe a mais, na pressa demais. É desatento e pensa pouco na jogada. Neste jogo específico, por duas ou três vezes vi jogador perder a bola, colocar as mãos na cintura e ficar parado, olhando pra ver no que vai dar. Ora, no meu tempo de repórter de campo (já se vão mais de 30 anos), jogador que perdesse a bola tinha que correr atrás e tentar recuperá-la a todo custo. Sob pena de...é, isso mesmo: tomar um gol. E foi o que aconteceu. A defesa, que foi a segunda melhor do campeonato brasileiro, ano passado, atrás apenas da do campeão Corinthians, falha individualmente ou em grupo e o tricolor toma um gol. Desse momento em diante, é de chorar no cantinho. Erra passes, não olha pra ver quem está melhor colocado, afoba-se sem atenção. Um caos. O Grêmio não sabe tomar gol. Nesse jogo, especificamente, para sorte da equipe de Roger Machado, Giuliano deixou tudo igual bem no final do primeiro tempo.
A mão do treinador, no vestiário, pode ser percebida logo nas primeiras jogadas. A equipe passou a pensar e agir com velocidade, sem afobação. Resultado: Geromel marcou o segundo do Grêmio, colocando o tricolor na frente. Um gol meio feio, mas quem disse que gol precisa ser lindo? Daí em diante o Grêmio cresceu, amassou. Luan fez uma jogada digna do craque que é. Apesar disso, percebia-se a apreensão do torcedor cada vez que a bola chegava perto da área gremista. A lembrança dos gols sofridos, nesta temporada, está sempre presente nas mentes tricolores. E, com ela, o medo. Com razão.
Logo depois da entrada do garoto Lincoln (que eu ainda quero ver jogando mais tempo ao lado de Luan, parecendo dupla sertaneja de sucesso), falta ou não, ele perdeu a bola na lateral do campo. E foi um Deus nos acuda. Resultado: empate do Glória. E o “vale a pena ver de novo”: afobação, correria, desatenção, um caos. O Grêmio se apequenava e o adversário crescia. Era o previsível acontecendo novamente. Não fosse Henrique Almeida marcar o terceiro, o tricolor amargaria um empate em plena Arena. Mas...lembra o previsível? Com vantagem no marcador, o time de Roger foi pra cima e, no fim da partida, Luan, merecidamente, marcou os 4x2 finais. Mais uma vez, sufoco. Mais uma vez, gols sofridos. Mais uma vez, tensão do início ao fim. Um Grêmio quase previsível.